Cisco e OCDE revelam dados detalhados do Brasil e seu impacto no ecossistema web

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Uma pesquisa realizada pela Cisco em parceria com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresenta um retrato detalhado da situação digital no Brasil, destacando avanços significativos na conectividade e na adoção de tecnologias, ao mesmo tempo em que aponta desafios estruturais que limitam o pleno potencial da economia digital.

Contexto da colaboração entre Cisco e OCDE

A parceria entre a Cisco e a OCDE reúne dados de infraestrutura, uso de tecnologia, competências digitais e políticas públicas para mapear onde o Brasil se encontra na economia digital. O estudo oferece uma leitura estratégica sobre como o país pode ampliar produtividade, inclusão social e inovação, aproveitando o potencial de conexões rápidas, dados mais acessíveis e soluções digitais para serviços públicos e privados.

Principais descobertas

  • Conectividade em evolução, com assimetrias regionais: a adoção de internet móvel tem crescido, mas há lacunas marcadas entre regiões urbanas e rurais. A disponibilidade de banda larga fixa permanece mais concentrada em grandes centros, impactando a inclusão digital de parte da população e de determinados setores produtivos.
  • Transformação digital nas empresas: muitas organizações avançaram na adoção de soluções digitais, com ênfase em nuvem, dados, automação e serviços digitais ao cliente. Pequenas e médias empresas mostram maior impulso em digitalização, embora ainda haja barreiras de custo, capacitação e confiança em novas tecnologias.
  • Competências digitais e educação: o estudo aponta para a necessidade de ampliar a formação em habilidades digitais, programação, segurança cibernética e uso responsável de dados. A demanda por mão de obra conectada e capaz de atuar em ambientes digitais deve aumentar nos próximos anos.
  • Segurança cibernética e governança de dados: a maturidade em políticas de proteção de dados e resiliência de infraestrutura varia entre setores. Investimentos em segurança, padrões de interoperabilidade e parcerias entre setor público e privado são apontados como essenciais.
  • Governo digital e serviços públicos: há avanços na digitalização de serviços governamentais e na interoperabilidade entre plataformas, mas ainda existem entraves de adoção em setores críticos, burocracia e capacitação institucional.
  • Infraestrutura, 5G e o futuro da economia: a disponibilidade de espectro, licenciamento e investimentos para redes de próxima geração são temas centrais. O 5G é visto como catalisador para indústrias 4.0, cidades conectadas, internet das coisas e novos modelos de negócios.

Implicações para Brasil: oportunidades e riscos

As descobertas apontam para um caminho claro: ampliar o acesso de alta qualidade, acelerar a adoção de tecnologias digitais pelas empresas e fortalecer a capacidade de trabalhar com dados de maneira segura. O potencial de ganhos de produtividade é significativo, especialmente se o país conseguir reduzir desigualdades de conectividade, elevar a alfabetização digital e promover um ecossistema de inovação mais ágil e colaborativo entre governo, setor privado e academia.

Recomendações para acelerar a transformação digital

  • Ampliar a conectividade de banda larga de alta velocidade, com foco em regiões remotas e áreas rurais, para reduzir a divisão digital.
  • Prosseguir com a expansão e a melhoria da cobertura 5G, incluindo simplificação de licenciamento, disponibilidade de espectro adequado e incentivos a investimentos.
  • Investir em capacitação digital para trabalhadores, estudantes e empreendedores, com foco em habilidades essenciais, cibersegurança e alfabetização em dados.
  • Fortalecer a governança de dados, incentivar a interoperabilidade entre serviços públicos e promover práticas de proteção de dados para aumentar a confiança dos usuários.
  • Estimular a inovação aberta e parcerias entre governo, setor privado e academia para acelerar a adoção de soluções digitais em setores-chave, como logística, saúde, educação e agricultura.
  • Priorizar a digitalização de pequenas e médias empresas, com acesso a crédito, apoio técnico e ferramentas de gestão digital para ampliar competitividade.
  • Promover um marco regulatório que incentive o uso responsável de inteligência artificial e análise de dados, assegurando ética, privacidade e segurança.

Conclusão

O estudo conjunto da Cisco e da OCDE oferece um mapa claro de oportunidades e desafios para o Brasil na trilha da transformação digital. Com ações coordenadas — conectividade mais ampla, capacitação da força de trabalho, segurança cibernética robusta e um ambiente regulatório que favoreça inovação — o país tem potencial para elevar produtividade, inclusão digital e competitividade em uma economia cada vez mais conectada.

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